We Love Reading

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O projeto promove sessões de leitura de livros em voz alta para grupos de crianças com o objetivo de desenvolver o hábito de ler por prazer. Começou em 2006 na Jordânia e hoje está presente em ao menos 21 países. As sessões beneficiam as crianças e também os voluntários que leem para elas, a maioria mulheres.

O projeto promove sessões de leitura de livros em voz alta para grupos de crianças com o objetivo de desenvolver o hábito de ler por prazer. Começou em 2006 na Jordânia e hoje está presente em ao menos 21 países. As sessões beneficiam as crianças e também os voluntários que leem para elas, a maioria mulheres.

País: Global
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Problema: Em 2005, a pesquisadora Rana Dajani percebeu, por meio de estudos e observações, que as crianças da Jordânia não liam por prazer. Elas liam apenas por obrigação escolar ou por motivos religiosos. O motivo era que não tinham o costume de ler, assim como seus pais. Estima-se que os árabes leiam apenas meia página por ano, enquanto nos EUA a média é de 11 livros. Como outros programas que tentaram melhorar esses níveis no Oriente Médio falharam, Dajani decidiu criar uma sessão de leitura em voz alta para crianças em uma mesquita de seu bairro. A primeira sessão ocorreu em fevereiro de 2006, com a presença de 25 crianças levadas pelos pais. Ao final, elas levaram um livro para lerem em casa, sozinhas ou com os pais. Na semana seguinte, todas voltaram por vontade própria. 




Soluções: Após iniciar a própria sessão de leitura, Dajani começou a treinar pessoas, a maioria mulheres, para lerem em voz alta e realizarem sessões nas próprias comunidades. Os eventos são chamados de bibliotecas pelo projeto. Poucos itens são necessários para que aconteçam: um adulto para ler para as crianças; um local, que pode ser aberto ou fechado, e cerca de 20 livros para começar. É importante que ocorra de maneira rotineira, uma ou duas vezes por semana, para que as crianças se acostumem ao hábito da leitura. O projeto é simples, flexível, de baixo custo e sustentável, podendo ser adaptado às necessidades e cultura locais. 

Desde que foi iniciado, o projeto já publicou dez livros infantis sobre energia, conservação da água e lixo, que são usados para desenvolver a conscientização das crianças e a melhoria do comportamento em relação a essas questões. Entre os muitos exemplos de sucesso do projeto, um se destaca por ser capaz de melhorar a vida de crianças em um campo de refugiados. A jovem síria Asma’a Rashed, de 20 anos, que vive no campo de refugiados Za’atari, em Mafraq, na Jordânia, devido à guerra civil em seu país, passou pelo treinamento do projeto em 2014 e começou a ler para cerca de 30 crianças. Ela também começou a escrever e ilustrar as próprias histórias. Conseguiu publicá-las na revista do campo e hoje é remunerada por seus textos. Ganhou ainda um treinamento para trabalhar como jornalista. 




Resultados: Quando leem, as crianças aprendem sobre outras comunidades, lugares, culturas e pela experiência dos outros. Podem, com isso, fazer diferença em seu próprio bairro ou cidade e passam a respeitar e compreender os outros. Elas aprendem a se comunicar, a ouvir e a se expressar. A imaginação cresce. As crianças ficam mais confiantes. O projeto já treinou 700 mulheres e iniciou 300 bibliotecas na Jordânia. As mulheres que participam do projeto se tornaram líderes em suas comunidades. Algumas delas viraram empreendedoras sociais, outras abriram pequenos negócios ou arrumaram emprego. As comunidades começaram a perceber que poderiam promover mudanças e que não precisavam esperar ajuda. A ideia se espalhou pelo mundo. Hoje, está presente em ao menos 21 países, como Bolívia, Líbano, Egito, Tunísia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Turquia, Malásia, Tailândia, Azerbaijão, Uganda, México, Estados Unidos e Alemanha. O projeto foi adotado pela Unesco para desenvolver o incentivo à leitura e a alfabetização das mulheres. Ganhou vários prêmios, entre eles o Wise Awards em 2014.