Sistema de Aprendizaje Tutorial

Fabretto

O projeto leva um programa de educação inovadora a áreas rurais da Nicarágua. Os alunos estudam disciplinas do currículo escolar, como matemática e linguagem, aliadas a práticas agrícolas e de empreendedorismo. A ideia é que aprendam fazendo, para que possam melhorar a realidade local.

O projeto leva um programa de educação inovadora a áreas rurais da Nicarágua. Os alunos estudam disciplinas do currículo escolar, como matemática e linguagem, aliadas a práticas agrícolas e de empreendedorismo. A ideia é que aprendam fazendo, para que possam melhorar a realidade local.

País: Nicarágua
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Problema: Na Nicarágua, 41% da população vive em áreas rurais, onde o acesso ao ensino secundário é quase inexistente. Nestas comunidades, 35,6% frequentavam esta fase da educação em 2001. Dos 1,4 milhão de jovens em idade escolar (10 a 19 anos de idade) do país, a Unicef estima que 50% estão fora da educação secundária, e que apenas um terço termina o ensino médio. As áreas rurais abrigam 63% da população pobre e 78% dos extremamente pobres. Essa situação leva à migração para as grandes cidades ou à imigração. Entre 2002 e 2007, 500 mil pessoas com idades entre 18 e 30 anos deixaram o país para procurar emprego. O Sistema de Aprendizaje Tutorial (SAT), que começou a ser implantado no país em 2007, é um programa de educação rural inovadora, que oferece oportunidades de aprendizagem específicas para as populações rurais. O modelo de educação não-formal, reconhecido pelo Ministério da Educação, fornece acesso ao ensino para a juventude rural e adultos em suas próprias comunidades. Isso permite que eles estudem e mantenham suas atividades agrícolas e de subsistência.




Soluções: O programa de ensino inovador é baseado em quatro pilares: matemática, ciências, linguagem e comunicação e serviço à comunidade. A metodologia é a do aprender fazendo, com o uso de recursos pedagógicos que integram teoria e prática. Os professores recebem treinamento para atuar como tutores, trabalhando de forma multidisciplinar os conteúdos do currículo escolar e da vida rural, como as práticas agrícolas e habilidades de liderança. Ao mesmo tempo em que estudam, os alunos trabalham em plantações ou criam planos de negócios para vender sua produção. As aulas podem ocorrer em um espaço público, como um salão comunitário ou uma praça, ou podem ser dadas na casa de um dos alunos. 

Um dos focos principais é a identificação de oportunidades econômicas nas comunidades e o desenvolvimento de pequenos negócios, como plantações sustentáveis ou criações de animais. A gestão é feita por meio de cooperativas dos próprios alunos. A ideia é que os jovens se tornem agentes de mudança no local onde vivem. Eles organizam feiras de produtos agrícolas e de artesanato, além de serviços, como limpeza e reparos na comunidade e campanhas de saúde pública. O projeto organiza ainda estágios e facilita esforços empreendedores, conectando os estudantes produtores a mercados e compradores.




Resultados: A educação e as oportunidades de emprego nas zonas rurais podem ajudar a diminuir a migração e a imigração. Além disso, os indivíduos qualificados contribuem para melhorar a qualidade de vida nas comunidades rurais isoladas. Após a implantação do projeto, ao menos 12 empresas criadas e operadas por estudantes já entraram em funcionamento. Em 2013, 40 tutores foram treinados, 754 estudantes estavam matriculados no programa e 115 alunos começaram iniciativas de geração de renda para sustentar suas famílias e para aumentar o desenvolvimento econômico rural. O projeto atinge 40 comunidades carentes. Um estudo de 2012, da Tinker Foundation/UPenn, mostrou que 100% dos formados no programa estavam empregados. Segundo a pesquisa, os graduados tinham valores, ética e engajamento cívico. Até 2013, mais de 9.000 kg de frutas e vegetais já tinham sido vendidos para programas de merenda escolar das regiões atendidas pelo projeto. O programa foi um dos finalistas do prêmio Wise Awards em 2013.