Projeto de Educação da Cidade Velha

Prefeitura de Barcelona, governo da Cataluña, organizações sociais e comunidade

Representantes do poder público do distrito de Ciutat Vella, na região central de Barcelona, de organizações educativas, da iniciativa privada e da sociedade se uniram para criar um plano educativo para desenvolver a educação em toda a região.

Representantes do poder público do distrito de Ciutat Vella, na região central de Barcelona, de organizações educativas, da iniciativa privada e da sociedade se uniram para criar um plano educativo para desenvolver a educação em toda a região.

País: Espanha
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Problema: Barcelona é conhecida por ser a primeira cidade do mundo a se declarar uma “Cidade Educadora”, apostando nos espaços públicos e na articulação de diferentes setores para garantir a educação integral de suas crianças e adolescentes. Foi lá que se realizou o 1º Encontro Mundial de Cidades Educadoras”, em 1990. Nos últimos anos, o distrito de Ciutat Vella, na região central, se tornou um dos exemplos mais claros de território educativo na cidade, quando instituições educacionais, da iniciativa privada e da sociedade passaram a discutir como poderiam superar as desigualdades sociais, o abandono escolar e garantir a diversidade da região, garantindo uma educação que refletisse as características locais, marcada pela presença de diferentes etnias e rico patrimônio arquitetônico. A região abrange cinco bairros, tem cerca de 105 mil habitantes de 122 nacionalidades - 9,5% deles com idades entre 15 e 24 anos -, 49 escolas e mais de 200 instituições culturais.




Soluções: Foi criado um plano educativo para as escolas do distrito, com cinco objetivos principais: oferta de educação de qualidade e êxito educacional; acompanhamento dos alunos do ensino médio para garantir que permaneçam na escola e continuem os estudos; alinhamento da educação não-formal do território; suporte às famílias e atendimento das necessidades da rede de proteção local. 

Para concretizá-lo, foram desenvolvidos alguns projetos, como o “Apadriño”, que busca aproveitar o que o bairro – e seus equipamentos culturais, pessoas e lugares – têm de melhor em favor das escolas. Assim, museus, teatros e outros aparelhos culturais têm contato constante com instituições de ensino e passaram a influenciar no currículo. Por exemplo, recentemente foi firmada uma parceria entre uma escola de música e uma instituição de ensino, na qual as crianças aprendem a ‘batucada’ e relacionam com a matemática que aprendem em sala.

O projeto Caminho Escolar teve o objetivo de promover a mobilidade autônoma das crianças a partir dos oito anos no trajeto entre a casa e a escola. A partir de 2010, ruas passaram a ser especialmente sinalizadas para facilitar a circulação dos estudantes e informar que aquele local faz parte do trajeto das crianças. Foram criados estacionamentos para bicicletas e patinetes. Comerciantes e moradores aderiram à iniciativa, colocando adesivos nas portas das casas ou estabelecimentos comerciais para sinalizar que o local poderia ser usado como ponto de referência para as crianças, caso tivessem algum problema e precisassem de ajuda.

No bairro Raval, outra atividade proposta foi o álbum de figurinhas “Retalhos de Histórias”, preenchido por crianças a partir da conversa com idosos ou educadores com o percurso da história da vizinhança, desde o período neolítico.




Resultados: Os alunos passaram a ocupar cada vez mais o espaço público e a usá-lo para aprender. A participação dos pais nas decisões pedagógicas da escola aumentou. Há uma profunda articulação entre espaços e pessoas. As políticas educacionais passaram a funcionar em diálogo constante com a região. As políticas de Estado garantem programas de longo prazo. O terceiro setor participa de uma forma intensa, sem atuar de forma assistencialista. O desenvolvimento urbano passou a ser projetado em acordo com as necessidades da educação e a evasão escolar diminuiu.