Primeiro Livro

Primeiro Livro

O professor Luís Junqueira, de São Paulo, trabalha, desde 2006, a escrita do Primeiro Livro com seus alunos do ensino fundamental. Desenvolve a questão da liberdade de criação, desde a primeira ideia até a publicação. Em 2014, o educador começou a desenvolver uma plataforma, que leva o nome do projeto e deve ir ao ar em 2016.

O professor Luís Junqueira, de São Paulo, trabalha, desde 2006, a escrita do Primeiro Livro com seus alunos do ensino fundamental. Desenvolve a questão da liberdade de criação, desde a primeira ideia até a publicação. Em 2014, o educador começou a desenvolver uma plataforma, que leva o nome do projeto e deve ir ao ar em 2016.

País: Brasil
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Problema: A ideia do projeto nasceu em 2006, quando Luís Junqueira começou a trabalhar na Escola do Sítio, em Campinas (SP), no Brasil, auxiliando professores em aulas de língua portuguesa. Sua principal tarefa era ajudar alunos do sexto ano do ensino fundamental a escrever seus próprios livros. Em 2009, ele começou a botar em prática seu método na Escola Castanheiras, em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Diferente do que ocorre no ensino padronizado tradicional, o professor dá atenção individualizada para cada um dos alunos e trabalha com eles a questão da liberdade de criação. O projeto procura desenvolver autonomia nos adolescentes e aprimorar o uso da linguagem na esfera do letramento, com o domínio de códigos de múltiplos textos, o jogo de cintura linguístico, o conhecimento de diferentes gêneros, a expressão segundo as regras de cada contexto e a percepção e uso do significado social da linguagem.




Soluções: O professor trabalha a produção literária com seus alunos durante todo o ano letivo. No começo, há conversas sobre construção de personagens, estilos e gêneros. Depois, os alunos começam a escrever suas ideias e passam a trabalhar em seus livros. Em todas as aulas, eles têm metade do tempo livre para escrever. O professor leva os textos para casa e faz um mapeamento linguístico das partes ortográfica, gramatical e literária. Ele procura dar uma solução personalizada para cada texto. Um dos recursos que usa são videoaulas personalizadas. Ele grava uma para cada aluno, apontando questões que precisam ser melhoradas nos textos e dando dicas. Após escreverem, os alunos têm contato com professores de educação artística e com um designer, para definir imagens que farão parte do livro, formato de fonte, espaçamento de linhas, tamanho da letra e diagramação. Por último, o professor e os alunos organizam um dia de lançamento das obras, em que os estudantes podem vender seus próprios livros e dar autógrafos.

O próximo passo do projeto, iniciado em 2014, é a criação da plataforma Primeiro Livro, que deve ir ao ar no segundo semestre de 2016 e trará o método de ensino desenvolvido por Junqueira. O objetivo é auxiliar o estudante no processo escrito de forma mais automatizada e simples. Na ferramenta, o usuário poderá escrever e ter seu texto revisado por professores. Terá também acesso aos livros escritos pelos outros estudantes que participaram do projeto. Além disso, a própria plataforma irá identificar dificuldades do estudante, como dúvidas ortográficas e gramaticais, e trará explicações em videoaulas, exercícios interativos e dicas por escrito sobre temas comuns, como o uso dos porquês ou a diferença entre as palavras mal e mau.




Resultados: Os alunos praticam a escrita e a língua portuguesa, descobrem a importância da criatividade, se sentem responsáveis e confiantes por suas escolhas e se sentem recompensados pelo trabalho que desenvolveram. Tornam­-se ainda crianças e adolescentes, incluindo aqueles que têm necessidades especiais, ativos e autônomos e percebem a importância de serem autores de sua própria história. Desde o início do projeto, mais de 150 livros já foram publicados e mais de 6.000 páginas foram escritas. O uso da plataforma ajudará a solucionar dificuldades de ortografia e de gramática dos alunos, o que costuma tomar tempo de aula dos professores para serem sanadas. Isso libera tempo para que outros temas importantes sejam discutidos em aula, como ideias criativas, foco narrativo, autobiografia, entre outros. Em 2015, o projeto começa a ser desenvolvido na esfera pública, em dois centros da Fundação Casa, em São Paulo, na Escola Municipal de Educação Fundamental Campos Salles, em Heliópolis, também em São Paulo, e em duas escolas em São Miguel dos Campos, em Alagoas.